17/04/2009

"Não fui eu não eu!"

Talvez alguém seja culpado por tudo o que tem ocorrido em termo de segurança. Quero dizer, o que chamam de segurança. Nem sabemos mais que significado guarda esta palavra. Temos medo de tudo. Medo de morrer, mesmo sem conhecermos a morte. Quem é capaz de ouvir Danni Carlos no seu mp3 player durante o retorno da Universidade para casa? Alguém que mantém um fio de esperança ou que acredita que pode mudar a mentalidade das pessoas – Tarefa difícil, mas boa sorte! -, que não sabe a solução ou sabe. Segredo.
Um bem material ou a vida?: “Deixa-me pensar... Acho que posso deixar o celular para depois.”. Ódio dos delinqüentes? Ocorrência? O celular de volta? Imagine você num caixão e, ao invés de estar segurando um terço, seus familiares poderiam pôr em suas mãos o seu celular para que você possa telefonar e dizer como foi a “viagem”. Não, não defendo os infratores, entendo, apenas, o porquê. A culpa não é sua; deles tampouco. Infelizmente precisamos disso. Somos dualistas. Precisamos ser capazes de diferir o bem do mal, o pobre do rico, o cego daquele que pode ver. Mas isso não é uma questão de escolha, por isso não há culpados. A desordem é o problema. O medo, característica nossa, nos poda. Desconhecido é sinônimo de duvidoso. Preconceito? Sim, pode ser. Nunca sabemos quando estamos sendo injustos, pois nada sabemos acerca dos princípios alheios. Enquanto o caráter de alguns é manchado pela tatuagem feita na véspera de seu aniversário de 18 anos, há 18 anos a tatuagem do artista já não tem o mesmo aspecto por conta da pele envelhecida: “Bandido. DEVE ser bandido!”
Ah se os banqueiros fossem pobres e os marginalizados tivessem uma chance! Entenderíamos tudo. Vemos no espelho o que queremos ou o que precisamos ver, conveniência. Não percebemos os outros, porque preferimos cuidar da causa mais urgente: a nossa. Sequer sabemos quem somos ou o porquê de acontecer algo ruim, porque nos confundimos na relatividade dos nossos julgamentos. Não somos culpados, somos irracionais. Estamos enfermos.

7 comentários:

  1. Genial. Sério, genial mesmo. Não porque teve alguma semelhança com o que aconteceu comigo. Juro. Tu consegues deixar o teu texto instigante na medida em que ele vai sendo prolongado. Mas dessa vez, gostei mesmo do meio do teu texto!

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  2. Verdade linda, estamos enfermos..
    Estamos com mêdo e acabo crendo que o mêdo está tão generalizado que não tememos o " bandido ", o " marginal " mas tbm a nós mesmos, a nossas atitudes, a nossa intolerâncias, as besteiras que falamos as burrices que fazemos,
    nossos apegos infantis. E ainda ouvimos mil justificativas do pq da sociedade estar assim e nos descobrimos tão preconceituosos quanto a maioria quando o crime , é com agente.
    Você relata muito bem todo esse conflito interno que travamos no dia-a-dia.
    Você realemente sabe o que diz !!!
    Bjs

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  3. condordo com vc !
    culpar as pessoas ja ta fora de moda!
    acho q tudo começa pelo preconceito, eu ja sofri, uma vez uma mulher não quis sentar ao meu lado no onibus porq eu tinha um pirceng no nariz* ela me olhou como se eu tivesse um olho no meio da testa* as pessoas não ligam + pros valores, só para dinheiro e aparencia, é por isso q o mundo esta assim, mãe matando filho, gente inocente morrendo por um celular e não temos nem a quem culpar* porq acho q todo mundo leva um pouco de culpa por isso*

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  4. Adorei seu tom irônico ........
    para variar!?
    Adoro esse jeito quase que sutil de relatar e influênciar seus leitores....
    É impressionante seu poder de pespicácia para lidar com os temas que seleciona, o modo de combinar as palavras é quase perfeito, pois a perfeição humana é teóricamente inalcansável. Porém de acordo com os padrões mortais de "perfeição" suas abordagens são impecávelmente perfeitas.

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  5. Bom esse texto...
    Expor o problema, do qual todos somo vitimas e provocar reflexão seria bom, provocar uma ação, seria ótimo!

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  6. MuiitO Bom Miguinhaa =)
    Concordo com a Emanuelle!!!
    `Perfect!!!

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  7. Tá ótimo Coleguiinhá!
    Concordo com a Naza!

    Perfect[2]!!

    =P

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