30/06/2010

O indivíduo frente a ética nacional*


Ouve-se muito acerca da defesa de uma tal ética a ser seguida. As instituições de Ensino expõem este conceito como se fosse matéria curricular e logo todos aprendem a técnica de como ser ético. Papagaios repetiriam “Eu sou ético”, porém jamais compreenderiam o significado disso. Mas eles não são racionais como os seres humanos.
É pertinente, ainda, discutir acerca das diferenças de este assunto ser um tanto paradoxal, pois é eticamente incorreto discriminar. Alguns adaptariam a palavra ‘ética’ para ‘etnia’ e ainda argumentariam, provariam por A+B que etnocentrismo nada tem a ver com a ética. Entende-se, portanto, que esses dois conceitos são apolares. Então, o que seria ética? Alguns associariam esta palavra a respeito, mas as vozes ainda soam inseguras.
Talvez seja oportuno afirmar que os indivíduos utilizam o discurso da ética por conveniência. Não somos éticos, estamos éticos. Ah, se a filantropia ainda vivesse! Só contamos com a reciprocidade. Devem, todos, ser éticos na televisão, no congresso, na escola, em casa. A ética está ligada a moral que a noite acalenta nas esquinas. As luzes apagadas facilitam os furtos, em todos os sentidos. Quando surge o sol, todos voltam a seguir e defender a ética. Só os cidadãos natos. Sempre trabalhando em equipe. Se descobertos: “Foi ele!”
Ser ético é um exercício do qual todos, comumente, deveriam fazer parte. Mas este ainda não é o mais árduo desafio. A ética deve ser absorvida pelo homem para que ele seja absolvido da corrupção. Isso não se aprende didaticamente. Para SER algo, é preciso aprender. Viver para não se aprisionar a constância. É preciso fugir das grades que nós construímos.
Deveras, o egoísmo sobrepõe-se a ética. Queremos prender os bandidos e depois nos escondemos. Inteligência é combater. Sapiência é prevenir. Mas a ética ainda dorme à noite. 




* Ao meu amigo-irmão, Rodrigo Camargo.