18/02/2010

Déjà Vu


Às vezes sinto-me ansiosa acerca de minhas indecisões as quais parecem ser tão sublimes a ponto de raptarem a minha própria vida. Mas talvez seja comum para quem se julga um ser humano (como eu). Medo. Talvez seja isso. Medo até da felicidade e isso nada tem a ver com a loucura, pois ser louco é estar mais próximo da verdade, da própria felicidade. Não sou louca. Tento ser.
Quero que os outros me olhem com aquele olharzinho de desprezo. Quero ficar só. Enlouquecer. Quero ver as pessoas com sorrisos hipócritas estampados em seus rostos. Imagino que eu só queira respirar. E ser feliz. SER feliz.
Mas eu não suporto a solidão. As verdades ainda me intrigam. Eu sorrio com os outros e não há tempo suficiente para respirar. Não aceito, mas ESTAR feliz me conforta. Aqueles que sorriem comigo são responsáveis por isso. Também são responsáveis por eu não estar.
Sinto que o meu maior desejo é deixar de viver em função de pessoas que eu mesma selecionei, mas percebo que querer viver sem elas é hebetismo. Não as quero, preciso delas. Lembro-me delas em meus sonhos. Sonhos mesmo.
Talvez eu deva, mas não posso me afastar dessas pessoas as quais, eu sei, vou reencontrar no próximo século. A loucura acalenta esta enfermidade avassaladora, porque ser louco é despedir-se da vida que se traduz em cada ser, naturalmente temperamental, que, aos poucos, te enlouquece. Que te permite experimentar todos os sentimentos. Ser louco a ponto de esquecer o que sonhou. Gostaria de experimentar o esquecimento, mas, já que não se pode esquecer o que não se lembra, talvez o bom da vida seja morrer e viver de novo.