17/05/2009

UniformeMente

O uso obrigatório de uniformes nas escolas é justificado pelo fato de ser uma forma de organização. Todos ‘fantasiados’ a caráter. Nada mais que estudantes desta ou daquela escola. Alguns se destacam por conta da tal avaliação intelectual e se tornam as celebridades, os invencíveis, os mitos, os alvos de inveja, a discórdia, os cinco primeiros lugares; o sexto, um aluno qualquer. A figura de linguagem torna-se mais severa para aqueles que estão após o “mais do que”; motivo de alegria para aqueles que precedem esta expressão - comparação.
Não estamos prontos para um auto‘reconhecimento’, nem sabemos quem somos, de fato. Escondemo-nos à sombra de um colega que, supostamente, sabe mais do que nós e, na verdade, não sabe. O melhor é melhor a partir de um referencial, ilusão de superioridade que as escolas incentivam. O uniforme não surte efeito algum nas escolas, porque ele deveria ‘uniformizar’ e isso não ocorre. Segue os preceitos da Constituição. Só ele. O uniforme mascara a individualidade e poderíamos ser iguais durante cinco horas, mas não suportamos sequer este intervalo de tempo, porque os professores são seletivos, os alunos formam grupos, a escola é mista, uma brincadeira séria de jogo da memória só para aqueles que, realmente, querem seguir o sistema; “Ser alguém na vida”.
A igualdade é a mentira criada por nós, porque nós somos e queremos ser diferentes. Somos o egoísmo, a farsa.Disfarçamos vestindo o uniforme do engano. Há quem diga que, sem o uniforme, haveria uma relação discriminatória entre os alunos, porque, assim, haveria o desfile de moda “extra São Paulo Fashion Week” dos “filhinhos de papai” e os desfavorecidos sentiriam constrangimento, por conta da tal comparação que nos persegue. Somos fracos e não aceitamos o que somos, as nossas limitações. Não queremos ser felizes, queremos ser MAIS felizes.
Não somos e nunca seremos iguais. Não podemos ser, porque não haveria cor, não haveria classes, não haveria inveja, não haveria o homem. É tarde. Somos uma antítese irreversível. A nossa igualdade está escrita na Constituição e na Bíblia. A diferença está implícita, uniformemente e o uniforme mente. Iguais perante a Lei.

14/05/2009

Planos


Plano de alienação
Reality para entreter
A novela é escrita
A ignorância em evolução
O povo é coadjuvante
Aderiu à repressão

Plano de saúde
O pobre a espera
Tantos por cento ofertados
Do governo, uma atitude
Para impressionar
O pobre que se cuide!

Plano de igualdade
A Constituição ratificou
Rico e pobre, um paradoxo
Ao negro, liberdade
O povo elegeu o líder
Abandonou a comunidade

Plano de paz
O homem se contradiz
Ignorar não funciona
A guerra resolve mais
Medalha ao vencedor
Matou pelo bem dos demais

Plano de liberdade
“Sim”, disse a criança
Pondo as armas no chão
Anulando a desigualdade
Mas a criança cresceu
E o homem constrói a grade.

07/05/2009

Escala Fahren‘life’

Desde tenra idade somos adestrados, porque precisamos fugir de nosso lado instintivo. Somos nada mais além de robôs, hoje. Até há exceções, mas elas cedem quando em estado de ‘baixa imunidade’. Queremos muito o lugar daquele sem sequer olhar para o quão intenso foi o nosso avanço. Somos humildes, erroneamente; prepotentes, por conveniência. Perceber uma escala que nos cerca. Tentar entender que a perfeição, a nós, não chega, porque vivemos numa relação ‘domínio x imagem’. Sim, este mutualismo que invade a nossa arrogância para forçar-nos a pedir e atender. Temos a base e o ápice e você nem precisa invejar alguém, porque as suas ferramentas são as mesmas que concernem ao do lado.
Não há o melhor ou o pior. Há equilíbrio. Nós inventamos as pirâmides, porque nós não somos só um grupo de animais irracionais. Somos a contradição, a mentira. Fingidos. O ‘melhor’ está dormindo agora e você pode assumir seu ‘cargo’- Inteligência. Só isso – Esperar que alguém, a partir do fracasso, lhe dê um prêmio é não ser capaz de se premiar. É fugir da sua habilidade aplaudida por conta de seus vagos princípios primários . Aí você se torna um tolo, porque esconderá o seu sucesso e inibirá o que você tem de melhor para socializar. As suas lágrimas já não serão comoventes, porque você terá ofuscado o brilho dos seus olhos com a sua arrogância que se encerrará na sua ‘autodescrença’. Não, não seria o fim. Seria o momento oportuno para recomeçar, dar-se este presente. Então, tudo ficaria claro. A emoção volta a consumi-lo e você sente-se bem, apesar de ainda estar subordinado ao outro.
Tenho, eu, uma explicação para esta prisão mútua entre os homens e socializo: vivemos com base numa escala, a escala da vida, o teste dos mortais, a vida para ser vivida, a diferença a ser compreendida, o melhor será o pior e vice e versa, somos ora professores ora alunos, porque a ignorância só nos é permitida se sua duração for breve. A timidez concebe os falsos sábios, a fala destrói a dúvida e expõe a concepção de prepotência e isso é ridículo, porque é o que as pessoas verdadeiramente sábias são para aquelas que trancam seu conhecimento e se julgam melhores sem que precisem afirmar que são, porque alguém as propagandeará. Nós decidimos a que ‘grau’ devemos exceder, porque nós somos nosso único empecilho e a nossa principal motivação. Mil elogios não são suficientes quando o espelho nos critica. A satisfação pessoal é exigente quando não se admite erros. As falhas são vergonhosas e abre-se espaço para que os outros digam “você é fraco!” - pretensão-, e você não é.
A comparação é a origem dos nossos conflitos externos e internos. Há as diferenças para que sejamos úteis um ao outro, nenhum outro sentido para nossa existência. Nem entendemos isto, porque estamos fascinados pelo ‘glamour’ que tem o prestígio, só para nós. Deve ser a síndrome do ultraegocentrismo que implica em nosso esquecimento do princípio de mortalidade e imaginamos que estamos acima de tudo e todos. Aquele breve frio na barriga que sentíamos pela satisfação ao recebermos um elogio de um amador deixará de nos alegrar, porque queremos ouvir isto dos ‘grandes’. Ah, não há os ‘grandes’, idealização. O termômetro da vida aponta tantos graus daquilo que você produziu e é o que você pôde oferecer. Orgulhe-se disso, porque você abandonará a febre de ignorância que se tornou pandemia e passará a compreender, compreender-se. Viver.