10/10/2010

Fé de barro.


Vejo um mar vivo
O arcebispo sussurrando a esperança
A Mãezinha na Berlinda
Com seu manto burguês
Lágrimas, risos
Porque a fé está lá
Guardada! Trancada!
Velada pela sinceridade infantil
E a procissão caminha
Com destino sabido
Definido pelas promessas
Que aquela mimosa imagem fez
Ave, ave
Um “salve-se quem puder”
Troca-troca que Deus não quer
O teu Círio é feriado
Uma máscara de Fevereiro
Por que tu gritas?
Teu desespero é inútil
Neste ano fútil
Que deixaste passar
Vai! Continua olhando, rezando.
Religião bonita
Maria, Maria
Fotografia artesã
Para ser lembrada
Não adorada
Ela não está na Berlinda
Que tu esvaziaste
Com a tua fé de... Barro.

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